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Evento MAPFRE Santiago de Compostela

Sucesso absoluto em Santiago de Compostela

O primeiro evento com foco no mercado segurador galego contou com um painel de especialistas formado por Bosco Francoy (CEO da MAPFRE Global Risks) e Lourdes Freiría (Grupo San José). Por sua vez, a JEALSA fechou com chave de ouro.

Na terça-feira, 10 de outubro de 2023, a MAPFRE e a MAPFRE Global Risks uniram forças para reunir gerentes de riscos, brokers e clientes no Pazo de San Lorenzo, em Santiago de Compostela. Este evento aprofundou a conversa sobre a situação atual do mercado segurador junto com cerca de 50 convidados, todos vinculados ao mundo de seguros.

Primeiro, Miguel Ángel Talabante Rubio, diretor territorial da MAPFRE Galicia, fez um breve discurso de boas-vindas aos participantes e apresentou o painel de especialistas moderado por Luis Gutiérrez Mateo, diretor geral da MAPFRE Noroeste. Desse diálogo participaram Bosco Francoy, CEO da MAPFRE Global Risks, e Lourdes Freiría, diretora geral de Riscos e Seguros do Grupo San José.

Na mesa redonda, Bosco Francoy abriu as sessões de apresentação com uma breve contextualização pessoal – pois celebra 29 anos na MAPFRE– e também falou da MAPFRE Global Risks: “A MAPFRE Global Risks oferece soluções de seguros para um tipo de clientes de alto risco, seja pelo seu faturamento, pela atividade desenvolvida ou pela existência de um programa multinacional. Nós atuamos com o conhecimento técnico que dá suporte às companhias da MAPFRE em diferentes países, da subscrição até o sinistro”.

Por sua vez, Lourdes Freiría destacou que, embora a atividade principal do Grupo San José seja a construção, a empresa galega também trabalha com as áreas de energia, concessões e até mesmo vestuário esportivo. Sua atividade alcança perto de 1 bilhão de faturamento. Lourdes trabalha na empresa desde 1996 e seu perfil é jurídico, ainda que “aos poucos criou uma linha que funcionava como um departamento de seguros e acabou subindo a uma área de caráter corporativo, global e transversal. Nosso trabalho consiste em participar do desenvolvimento de um mapa de riscos para entender quais riscos devemos levar em consideração na tomada de decisões e na condução de nossos negócios”.

O mercado, segundo o segurador e a seguradora

O moderador, Luis Gutiérrez, iniciou a troca de ideias fazendo perguntas sobre a situação atual do mercado, sua evolução nos últimos anos e a falta de capacidade que as seguradoras estão enfrentando, “sendo algo contra a natureza”, ele indicou.

“Felizmente, o capital colocado no mercado conseguiu absorver essa sinistralidade”

Para responder, Bosco Francoy analisou os acontecimentos recentes. “Estamos vivendo um constante abrandamento do mercado, ou seja, o excesso de capacidade produz maior concorrência e isso permite ajustes nas condições e nos preços que nos conduziram ao momento atual”. Ele mencionou marcos históricos, como o atentado de 11 de setembro ou o Furacão Katrina em Nova Orleans, que afetaram a capacidade das seguradoras. “Felizmente, o capital colocado no mercado conseguiu absorver essa sinistralidade”. Ele acrescenta: “Os relatórios publicados mostram que estamos observando seis anos de aumento permanente dos preços, nem sempre com a mesma intensidade em todos os setores e em todos os lugares”.

Com respeito ao curto e médio prazo, garante que “o mercado ressegurador é uma das chaves que nos dá as indicações. Ele apresentou resultados muitos bons, apesar de alguns desastres naturais enfrentados, como o terremoto na Turquia no início do ano”. Tudo indica que os aumentos de preços que temos vivido em 2023 serão muito mais moderados nesta renovação para o próximo ano e, dependendo de 2024, será possível notar uma continuação. Se voltarmos a ter um bom ano, um novo mercado desacelerado poderá ter início.”

Por sua vez, Lourdes Freiría, da perspectiva do segurado, mencionou um certo aperto das condições no setor da construção. “O risco é mais analisado e estudado, temos que investir muito mais na explicação do risco e para que a empresa o conheça. Sabendo da intensidade dos sinistros – tendo consciência de que deve ser um produto bom, mas não barato – nosso problema era que muitas seguradoras desistiram do risco e o segurador nota um cenário de absoluto desamparo”.

O papel do intermediário

Luis Gutiérrez moderou ativamente as discussões e fez várias perguntas sobre a figura do broker: “O que você precisa do broker? A profissão conta com o profissionalismo adequado? O que você busca na mediação?”

“Não consigo imaginar a gerência de riscos em San José sem a figura do broker especializado”

Lourdes foi muito direta em sua palestra. Em sua opinião, há poucos profissionais no mundo do broker. “Há menos do que precisamos. Acreditamos que o broker é fundamental. Não consigo imaginar a gerência de riscos em San José sem a figura do broker especializado. O que lhes peço é: confiança, especialização, profissionalismo e agilidade”. Além disso, propôs como ponto para melhora que se acrescente mais empatia no mercado em geral e especificou: “Empatia com o gerente de riscos porque muitas vezes é o interlocutor único com o broker e o mercado e, por conta dessa falta de empatia, às vezes passamos momentos terríveis”.

Bosco, representando a seguradora, acredita que a situação está melhor, mas há um longo caminho a percorrer em termos de comunicação “para nos entendermos melhor”. Ele acrescenta: “Este é um negócio de pessoas. Estamos interessados na pessoa com quem falamos porque ela nos dá confiança, mas também na organização que a apoia. Estamos preocupados que a organização por trás tenha a capacidade de responder se algo der errado. Esse tipo de coisa acontece. Nada melhor do que trabalhar com um segurado interessado no seu próprio risco. Portanto, para nós, o valor do gerente de riscos é essencial”.

O minuto de ouro

Antes de encerrar o painel de especialistas, Luis Gutiérrez pediu uma mensagem concentrada no minuto final. Por sua vez, Lourdes voltou a destacar a confiança profissional para alcançar relações duradouras, apesar dos tempos difíceis que atravessam o mundo segurador. “Trabalhamos com a MAPFRE Global Risks desde 2003. Essa parceria chegou a gerar tensões, não excessivas, em alguns momentos, mas só é possível alcançar um relacionamento estável por meio do trabalho duro e sólido. Se os interlocutores de ambas as partes, incluindo a empresa, forem profissionais, é certo que se alcançará o melhor resultado, proteção e, quase seguramente, o melhor custo. Isso nos faz atingir o objetivo final: gerenciar bem o risco, proteger a demonstração de resultados e transmitir segurança”.

Bosco Francoy finalizou com ênfase no talento da MAPFRE Global Risks para criar relacionamentos de longo prazo. “Embora tenhamos clientes que trabalham conosco há 40 anos, isso não significa que os relacionamentos sejam estáticos.” Independentemente de o mercado estar forte ou fraco, “a MAPFRE sempre esteve presente; talvez tenha tido que restringir a subscrição em algumas áreas, mas não com os clientes existentes. Com eles, mantivemos o vínculo: é isso que nos motiva”.

JEALSA: ressurgindo das cinzas

Bosco Francoy Evento Santiago CompostelaA chave de ouro veio de Jesús Manuel Alonso, atual presidente da JEALSA, que compartilhou sua experiência durante o incêndio de 7 de maio de 2021, que colocou em risco a atividade da fábrica de conservas. Ele descreve em detalhes a impotência que sentiu enquanto o fogo, que durou três dias, destruía tudo: “Naquele momento, não tinha esperança, então mandei retirar tudo o que estava no armazém. Principalmente documentação, papéis importantes… o resto está na nuvem. Fui ao escritório por 10 minutos. Estava vendo tudo desaparecer. Foi um momento de muita angústia. E, no final, chorei. Peguei a fotografia dos meus filhos e do meu pai, enxuguei os olhos e saí”.

“As vendas caíram 1%. Ainda não sei como explicar”.

Com uma apresentação muito emocionada e defendendo sempre a importância de ter uma boa gestão de riscos na empresa, relembrou as palavras de Ramón, o gerente de riscos que o levou à MAPFRE: “‘Calma, Suso, você tem uma grande empresa por trás’. Você nunca esquece esse tipo de frase. Espero viver anos suficientes para retribuir o serviço e que o nosso seguro tenha valido a pena.”

Para começar, três grupos de trabalho foram criados. “Fizemos uma revisão da situação e propusemos iniciar aquela fábrica em um mês. O maior problema era atender nossos clientes.” Jesús lembra que sugeriu que tentassem evitar que as vendas caíssem mais de 15% para não perderem participação no mercado. “Todos os nossos clientes nos receberam bem e todos continuam comprando conosco. As vendas caíram 1%. Ainda não sei como explicar”.

Antes de terminar sua apresentação, concluiu: “Esta é a minha memória de um momento terrível, que esperamos que não volte a acontecer. Ao fim de 7 meses, arrecadamos 94 milhões de euros. Fizemos um bom trabalho, mas tínhamos uma boa empresa por trás e aprendemos a importância de um gerente de riscos. Antes, sua casa pegava fogo e você estava falido. Hoje não é mais assim. Benditos seguros!”.

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