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Seguro de transporte na América Latina: o seguro marítimo se adapta a um mercado em declínio.

A região da América Latina ostenta o terceiro posto em volume de prêmios de seguros de Transportes depois da Europa e Ásia, dobrando inclusive economias como EUA, e apesar de que suas tendências gerais são similares nas diferentes regiões, não podemos obviar as peculiaridades existentes e que detalhamos a seguir:

O RESULTADO TÉCNICO.

De um ponto de vista técnico diferenciamos os seguros de Transportes em duas grandes linhas, a) os seguros marítimos (Cascos, Construção de Navios e Responsabilidade Civil Marítimas) e b) os seguros de carga. Adicionalmente e como ponto de início, convém destacar que de uma perspectiva puramente seguradora, uma sinistralidade bruta superior a 70% já supõe uns resultados de perda técnica para as companhias de seguros (os 30% restantes devêm dos custos de proteções, dos custos de capital e das próprias despesas administrativas da companhia). Tendo em conta estas premissas, infelizmente o resultado do seguro de riscos marítimos no âmbito global vem apresentando perdas há vários anos, e se nos concentramos na América Latina, a situação é muito parecida, embora seja verdade que os índices de sinistralidade em 2019 roçaram os 60%. Não obstante, esta realidade não apresenta uma imagem particularmente atraente, como se mostra no seguinte gráfico, que reflete a evolução do seguro marítimo na América Latina.

Com respeito ao mercado de Carga, os números que se consideram no âmbito global são muito parecidos com os dos riscos Marítimos. Assim, desde 2010 estamos em um estado de perdas técnicas, motivadas por diferentes sinistros de grandes impactos. Quanto ao cenário na América Latina, embora maneje melhores médias de sinistralidade do que o mercado global (entre 50% e 55%), infelizmente comprovamos que quando na região se produz um sinistro de maior impacto imediatamente voltamos a níveis superiores a 70%, o que nos leva a posições de perda técnicas. A evolução do seguro de carga na América Latina é a que se mostra no seguinte gráfico:

Estes resultados técnicos, que muitas vezes tornam o ramo inviável, fizeram com que determinadas entidades seguradoras decidissem fechar a área de Transportes ou inclusive que fechassem companhias. Enquanto que diante desta mesma situação, outras companhias apostaram por planos de viabilidade.

INFLUÊNCIA DO COVID & A SITUAÇÃO DO MERCADO

O impacto da pandemia foi desigual no mercado. Algumas atividades viram-se mais afetadas, como por exemplo a redução do tráfego de cruzeiros, que foi muito acentuado (mais de 85%), enquanto outras, como o tráfego de porta-contêineres teve uma redução de apenas 6%. Isto provocou uma série de acumulações de navios em porto e provisão de mercadorias em armazéns, ocasionando rupturas de cadeias logísticas, alterações na demanda e inclusive algumas faltas de pagamento. Estas circunstâncias devem interpretar-se em conexão com as peculiaridades de cada mercado: roubos no México, vandalismo e risco CAT no Chile, riscos de instabilidade política no Peru, problemas de taxas de câmbio na Argentina, processo de reestruturação da economia na Colômbia, etc. Estas particularidades, junto com o acúmulo derivado do COVID-19 e das repercussões dos riscos catastróficos, fazem com que a exposição na região seja muito alta e que se deva administrar, não só a partir do conhecimento local, mas também a partir das particularidades do produto. Não é o mesmo assinar um risco de um navio ferry que de um navio-tanque, assim como não é o mesmo segurar um transporte de aço que um de produtos farmacêuticos, ou inclusive o transporte desses produtos farmacêuticos no Brasil não tem o mesmo risco que na Colômbia.

O impacto da pandemia foi desigual no mercado. Algumas atividades viram-se mais afetadas, como por exemplo a redução do tráfego de cruzeiros, que foi muito acentuado (mais de 85%), enquanto outras, como o tráfego de porta-contêineres teve uma redução de apenas 6%.

CHAVES NO FUTURO DO SETOR

A situação de maus resultados técnicos no ramo do seguro de Transportes em geral, assim como a pandemia e as circunstâncias políticas concretas antes mencionadas, fez com que o mercado de seguros opere em três grandes linhas de atuação:

  • 1º- Revisão das condições. Por exemplo, determinadas condições de cobertura, como ‘Stock Through Put’, que eram muito comuns na região, são praticamente impossíveis de conseguir hoje em dia.
  • 2º- Revisão dos limites a ofertar para os riscos. Reduziram-se as capacidades ofertadas pelas companhias para os riscos, tendo em maior consideração os possíveis acúmulos.
  • 3º- Incremento dos prêmios e/ou dedutíveis. As renovações estão se realizando com um incremento nos prêmios diante das necessidades das companhias de contar com um maior nível de prêmios que nivele a balança técnica a médio prazo.

CHAVES DIFERENCIADORAS DA MAPFRE GLOBAL RISKS

O compromisso da MAPFRE com a América Latina é de longo alcance e, nestes 40 anos de permanência na região, a companhia manteve-se fiel a uma política de confiança. Contamos com uma equipe especializada global em riscos marítimos que permite dar a solução mais adequada a cada risco, mantendo o conhecimento do mercado local através da rede MAPFRE. Esta base concede a possibilidade de realizar programas internacionais através da rede MAPFRE e sócios locais.

O compromisso da MAPFRE com a América Latina é de longo alcance e, nestes 40 anos de permanência na região, manteve-se fiel a uma política de confiança.

A MAPFRE lidera grandes programas internacionais de mercadorias, frotas de navios mercantes, construção naval, Project cargo e terminais marítimos. Adicionalmente, somos uma companhia especializada em programas com cativas. Em suma, apesar de que é certo que o seguro de Transportes é um seguro complexo, nosso tratamento dos riscos de uma perspectiva técnica e uma aproximação profissional nos permite continuar sendo líderes em múltiplos programas de seguros de Transportes, cooperando com o cliente e aprofundando no conhecimento do mesmo. É este conhecimento que nos permitirá trabalhar juntos e elaborar seguros sob medida que irão supor um mútuo benefício e nos permitirá um crescimento rentável a longo prazo.

 

 

José Manuel Castillo Moreno

Head of Global Marine MAPFRE Global Risks

 

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