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Novembro será o momento decisivo para avaliar a autossuficiência energética da Europa

No dia 24 de junho, na XXVIII Jornada Internacional Global Risks da MAPFRE, Ignacio Torreblanca, pesquisador chefe e diretor do escritório em Madri do Conselho Europeu de Relações Exteriores (European Council on Foreign Relations, ECFR) deu uma palestra na qual explicou a situação geopolítica atual.

Na opinião dele, a pandemia que nos trouxe a COVID-19, somado ao conflito Rússia–Ucrânia, gerou três tendências:

  1. Transição do poder global, do ponto de vista político, entre EUA e China, o que supõe a acomodação dos demais países.
  2. Aumento do protecionismo devido à fragmentação da ordem econômica liberal internacional.
  3. Fragilização das democracias, pela pressão que exercem estados e potências autoritárias.

Ao somar estes três aspectos, segundo Torreblanca, nos deparamos com uma ordem liberal baseada em regras muito fragilizadas. É por isso que nos voltamos à política de poder, às esferas de influência, e essa transição de poder nos EUA marca uma tendência importante.

A questão que se propõe na Europa é: até que ponto somos capazes de engatar um modelo de crescimento econômico e tecnológico que responda a todas essas preocupações ao mesmo tempo?

Por outro lado, a guerra nos mostrou que somos enormes consumidores de segurança e de energia e, nos próximos anos, teremos um aumento tanto nos orçamentos em defesa como nos relacionados com o desenvolvimento tecnológico. Diante disso, surgem duas questões importantes: Como serão financiados os investimentos em defesa? Estes investimentos são sustentáveis?

Segundo o pesquisador, é necessário desenvolver programas de autonomia estratégica em defesa e em energia. Ele levanta a seguinte questão: “Como vamos concluir essa transição energética em um cenário geopolítico como o que estamos vivendo, no qual estamos voltando ao carvão e nos tornando mais dependentes de combustíveis fósseis?”

Do ponto de vista da União Europeia, o fato de todos advogarem pela autossuficiência leva de um mundo mais fragmentado, no qual é mais difícil operar, ao migrar de um mundo baseado em regras para um mundo baseado no poder.

 

Compartilhamos esta entrevista na qual ele nos explica em mais detalhes essas questões.

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