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MAPFRE Global Risks entrevista com Luis Fernando Longo

Aproveitamos a visita de Luis Fernando Longo, Diretor Corporativo de Riscos e Seguros em Carvajal, à MAPFRE Global Risks para perguntar sobre as adaptações e desafios impostos pela gestão dos Grandes Riscos da multilatina.

Vocês estão comemorando… 120 anos transformando vidas, é o fio condutor do seu aniversário. Como os riscos mudaram desde o nascimento da empresa até hoje e como a empresa se adaptou?

Desde o nascimento da Carvajal em 1904, os riscos estão associados a todas as atividades das empresas. A chave tem estado no foco da estratégia junto aos seus grupos de interesse, tais como: Clientes, Fornecedores, Colaboradores da empresa e Comunidades onde as empresas da Organização Carvajal estão presentes, entendendo o contexto situacional e antecipando as tendências e desafios que o futuro traz, para sermos sustentáveis e resilientes ao longo do tempo.

Além de uma grande atividade, vocês também trabalham em mais de oito países da América Latina. Como Diretor da Cativa de Carvajal, poderia falar sobre o controle técnico em cada um dos países em uma entidade com tais magnitudes?

A Organização Carvajal, a partir de sua política de riscos, integrou todos os aspectos relacionados com a identificação, avaliação, tratamento e monitoramento dos riscos, baseados nos padrões internacionais. Em matéria de Controle de Perdas, as atividades são desenvolvidas sob o mesmo padrão, tendo como base Diretrizes de Conservação da Propriedade e medindo suas magnitudes com as ferramentas de Gestão de Riscos para cada geografia, considerando seus impactos e variáveis críticas. Essas ferramentas são úteis para a tomada de decisões.

Com relação à sua posição atual, quais são os benefícios de ter uma Cativa?

Alguns dos benefícios que encontramos na cativa, que tem mais de 20 anos, foram:

  • Primeiro, como tema importante a destacar, a Silver é uma Cativa constituída em 1995, o que significa que tem 28, quase 29 anos, e é a primeira de origem latino-americana nas Bermudas.
  • A Cativa gera maior eficiência na otimização dos custos nos programas de seguros, disponibilizando recursos de investimento em esquemas de proteção.
  • Uma participação maior na retenção de riscos gera para o setor segurador e ressegurador uma posição de confiança em nossos riscos ao participar de seu processo de seguros, dentro de um ambiente repleto de desafios e incertezas.

Para o próprio desenvolvimento e evolução de sua atividade, quais desafios vocês oferecem à Indústria Seguradora? (novos riscos/coberturas…)

A velocidade com que ocorrem mudanças disruptivas nas indústrias e a rapidez com que a Organização Carvajal evolui, principalmente no setor de serviços, exige maior velocidade no setor segurador, buscando agilidade, eficiência e foco nas expectativas dos segurados, o que mesmo em termos de cobertura representa grandes desafios. Por exemplo, adotar os controles de acordo com a magnitude dos riscos, que ainda são generalizados sem levar em conta o contexto e o tipo de risco. Também enfrentamos mudanças próprias da atividade de algumas de nossas indústrias, como é o caso da Carvajal Embalagens, o que nos gera desafios de transformação nos quais precisamos do acompanhamento da Indústria Seguradora.

Como a Carvajal se protege face à situação de instabilidade em alguns países onde está presente?

Conforme mencionado anteriormente, são realizadas avaliações e tratamento de riscos e definidos mecanismos de prevenção de acordo com a natureza de cada um deles, que irão desde a contratação de um seguro até evitar completamente o risco, se for o caso.

Na Carvajal, vive-se um processo de transição para uma atividade sustentável e inovadora. Tanto é assim, que todos estão recorrendo à produção com bagaço da cana-de-açúcar. O que essa mudança significou para a lucratividade do negócio e como, na sua opinião, essa etapa influencia a percepção do cliente?

A Carvajal Polpa e Papel, desde o início, utiliza como matéria-prima base o bagaço de cana-de-açúcar, aproveitando a proximidade das duas fábricas da Propal às usinas de açúcar que marcam presença na zona onde estão localizadas as duas fábricas. Trabalha-se a partir de cada uma de suas linhas com todos os seus grupos de interesse, educando e destacando os benefícios em termos de sustentabilidade ambiental, para oferecer aos clientes produtos ecologicamente corretos. Isto tem sido positivo porque os clientes estão cada vez mais informados sobre o que consomem e os benefícios a longo prazo dos nossos produtos. O desafio tem sido ser mais eficiente nos processos com maior rapidez, para conseguir melhor rentabilidade dos produtos gerados com esta matéria-prima.

Com relação à prevenção de riscos que uma empresa como a Carvajal enfrenta, qual a importância de ter um bom serviço de engenharia e um programa de melhorias?

No âmbito da Gestão de Riscos, o benefício evidenciado foi no controle de proteções em todas as operações, que contribui para a cultura da Organização Carvajal em temas como: cuidar das instalações, dos processos e do nosso capital humano para ter instalações mais seguras em matéria de segurança industrial e humana, e evitar situações que possam afetar o meio ambiente nas áreas onde nossas operações industriais estão localizadas.

Lembra-se de algum sinistro cujas consequências foram menores do que poderiam ter sido, graças a uma gestão de riscos eficaz?

Realmente não foram houve sinistros nos últimos tempos que tenham resultado de uma má administração de riscos. Pelo contrário, podemos confirmar que grandes perdas foram evitadas graças ao processo eficaz de prevenção, como o caso ocorrido na operação do Grupo Convermex em Monterrey, onde a rede de combate a incêndios atuou antes que ocorresse a propagação do fogo fora do expediente de trabalho.
Dentro das políticas de gestão de riscos definidas pela Organização Carvajal, está o registro dos casos que foram apresentados como “Lições aprendidas”, o que nos ajudou a definir pontos de inflexão no desenvolvimento de novos projetos. Essas experiências foram consideradas como pontos de partida nas análises feitas desde o momento em que um anteprojeto é desenvolvido.

A Carvajal foi o Primeiro Programa Internacional da MAPFRE Global Risks (2009). O que valorizam nesta relação?

Valorizamos o desenvolvimento do programa de seguros da Organização Carvajal, otimizando a colocação de nossos riscos e tornando nosso esquema de retenção mais eficaz. Assim, chega-se hoje a uma melhor alavancagem das coberturas graças a uma maior participação no contexto do seguro como atenuante de perdas.

Por fim, poderia falar um pouco sobre o futuro da empresa e os planos de expansão?

Como contexto, a Organização Carvajal traçou planos de expansão em diferentes latitudes, especialmente no norte do continente americano, em linha com os desafios que enfrentamos no desenvolvimento das zonas de influência nas quais desenvolvemos nossos diferentes objetos sociais em nossas diferentes empresas. O objetivo é cobrir o mercado americano, dada a situação nas cadeias de suprimentos, que estão resistindo ao desenvolvimento que vem ocorrendo no continente asiático. Isto nos desafia a sermos cada vez mais eficientes para alcançarmos maior competitividade, aproveitando a proximidade dos mercados desta área de influência.

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